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Reino Unido: Maioria dos dentistas incapazes de fornecer ‘serviço completo’ em situação pandémica

Três quartos dos dentistas do Reino Unido declararam que não prestarão um serviço completo este ano, ou não sabem quando poderão fazê-lo.

De acordo com um novo inquérito realizado pela Faculdade de Cirurgia Dentária do Royal College of Surgeons, no Reino Unido, publicado num artigo da Dentistry Online, apenas metade (48%) dos consultórios do serviço nacional de saúde britânico (NHS, na sigla em inglês) afirmam ter equipamentos de proteção indivivual (EPI) suficientes para poderem realizar o seu trabalho corretamente.

Perante a situação, estão a ser realizados apelos para que o setor da medicina dentária permaneça aberto durante a pandemia, e para que o governo tome medidas.

Depois de dois meses e meio encerrados, os consultórios dentários do Reino Unido retomaram a atividade a 8 de junho. Atualmente, segundo o inquérito, quase todos os médicos dentistas (96%) afirmam estar a prestar algum nível de serviço.

O estudo destaca ainda que as clínicas privadas tinham mais probabilidades de levar a cabo procedimentos geradores de aerossóis (83%), enquanto nos consultórios hospitalares do NHS a percentagem baixou para 62%, sendo ainda mais baixa, 40%, dentro dos consultórios do NHS.

Numa perspetiva futura, um terço (34%) dos inquiridos dizem não saber quando vão retomar um serviço completo de tratamentos. Além disso, 36% referem que não esperam retomar o serviço completo de pré-pandemia até 2021.

Também, pouco menos de metade (46%) dos dentistas referem ter visto mais de dez pacientes todas as manhãs ou tardes antes da pandemia, mas apenas 7% consideram que tal ainda se aplica.

Em relação a equipamentos de proteção, metade dos consultórios do NHS afirmam ter os EPI necessários e 80% dos dentistas hospitalares afirmam que têm um abastecimento adequado.

Entre os apelos, a Faculdade de Cirurgia Dentária pede que se mantenha o setor da medicina dentária em funcionamento e salienta que as medidas de prevenção de infeções devem ser utilizadas para mitigar os riscos e manter os doentes em segurança. Além disso, a instituição apela a que seja garantido um fornecimento adequado de EPI em todas as regiões e cenários, por forma a assegurar o acesso dos pacientes a tratamentos seguros. Pede também resposta aos obstáculos do recomeço total dos cuidados dentários, particularmente o “tempo de vazio sanitário” e a promoção e monitorização da utilização de sistemas de ventilação para aumentar o número de ‘mudanças de ar por hora’ em ambientes dentários.