Depois de o desaparecimento de 75 mil euros, que terão sido deixados em cima de uma mesa, a ex-tesoureira da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) foi suspensa por oito meses, por decisão do reitor da faculdade Sebastião Azevedo. De acordo com o jornal Público, um parecer da Comissão de Trabalhadores (CT) considerou a sanção “desproporcionada”, já que a funcionária prestou “mais de 15 anos de serviço com exemplar comportamento e zelo”, contudo, o instrutor do processo disciplinar sugeriu o seu despedimento.
Segundo o jornal, os contornos desta história são ainda mais estranhos. É que o parecer da Comissão de Trabalhadores dá conta de “pelo menos dois incidentes similares, ainda que com diferentes protagonistas” nos últimos 15 anos e na mesma instituição de ensino. Nessas ocasiões, os resultados foram “inconclusivos ou não investigados”, refere.
Nesse sentido, a CT pede “a definição de procedimentos administrativos claros e definidos, comunicados por escrito aos trabalhadores, operacionais no terreno, de modo a prevenir a repetição de eventos desta natureza”.
Miguel Pinto, diretor da FMDUP, ouvido também pelo jornal Público, indica, no entanto, que uma anterior auditoria realizada em 2004 detetou o desaparecimento de “alguns milhares de euros”. “Sei que foi dado conhecimento da situação às autoridades judiciais, mas não sei qual foi o desfecho do caso”, afirma.
Em relação a este último caso, “o instrutor responsabiliza a então tesoureira pelo desaparecimento do dinheiro e de um cheque de dois mil euros, em abril do ano passado, ainda que não lhe impute o roubo que a mesma reportou, nem considere provado que esta simulou o furto”, revela o jornal.
