Não há evidências de que as obturações convencionais sejam mais eficazes na prevenção da cárie ou da dor em crianças do que outras modalidades de tratamento. Esta é a conclusão principal do estudo Child caries management: A randomized controlled trial in dental practice, publicado a 26 de novembro de 2019, no Journal of Dental Research.
A publicação veio relançar o debate sobre as obturações, um método já instituído para o tratamento de cáries dentárias na dentição permanente, mas que no tratamento de cáries em dentição primária ainda é motivo de discussão.
O estudo analisou os resultados do ensaio FiCTION (Filling Children’s Teeth: Indicated or Not), que envolveu 1 144 crianças com cáries, entre os três e oito anos, residentes no Reino Unido. Cada participante do estudo foi tratado com uma das três opções de tratamento: perfuração e preenchimento, abordagem minimamente invasiva de selagem da cárie sob uma coroa metálica ou enchimento e a prevenção da colocação de quaisquer preenchimentos.
Não foram verificadas diferenças significativas entre os resultados de cada um dos três grupos de tratamento.
Citado pelo Dental Tribune, o professor e autor principal do estudo, Nicola Innes, referiu que “o estudo mostra que cada forma de tratamento da cárie funciona a um nível semelhante, mas que as crianças que apresentam cárie dentária em tenra idade têm mais hipóteses de ter dor de dentes e abcessos, independentemente da forma como o dentista trata a cárie”.
“O que ficou absolutamente claro com o estudo é que a melhor maneira de lidar com a cárie dentária não é perfurá-la ou selá-la, mas, sim, prevenindo-a em primeiro lugar”, acrescentou Innes.