«Houve problemas de comunicação na forma como a reforma foi explicada ao público e problemas na forma como foi implementada. Poderia ter havido algum cuidado ao nível da abertura de serviços de urgência antes do encerramento de outros. Isso era responsabilidade política e acabámos por sofrer com isso», declarou Luís Campos, membro da CTAPRU, à “Lusa”.
Esta comissão desenvolveu a maior parte do seu trabalho enquanto Correia de Campos foi ministro da Saúde. Ana Jorge, a actual responsável, tomou posse a 30 de Janeiro e poucos dias depois renovou a intenção de dar continuidade às reformas, reiterando que pretendia dar «uma resposta mais próxima e mais humana».
Num comunicado enviado à agência de notícias, a comissão defende que «cumpriu com lealdade os objectivos propostos», tendo submetido ontem à detentora da pasta da Saúde o seu pedido de reconhecimento de dever cumprido, dando como concluído o seu trabalho.
Luís Campos sublinhou que os 11 membros da comissão técnica fazem um «balanço positivo» do trabalho desenvolvido nos dois últimos anos, apesar de reconhecerem que «nem sempre foi fácil». «Estamos de consciência tranquila e com a noção do dever cumprido. Somos 11 médicos de várias regiões, especialidades e sensibilidades políticas. Todas as opções técnicas foram tomadas em consciência e unanimidade».
O especialista acredita que o trabalho da comissão vai ter um «impacto forte» na diminuição da morbilidade e mortalidade dos doentes com problemas urgentes, bem como na própria reestruturação da rede hospitalar.